Não há muito tempo atrás, Papai Noel, pronto para zarpar em sua viagem anual, passava por alguns perrengues que o começavam a irritar. Quatro de seus melhores duendes estavam doentes e os duendes estagiários, que estavam lá para substituí-los, consumiam a força de trabalho de mais quatro duendes experientes, fazendo com que seu horário ficasse ainda mais apertado, estressando assim o pobre velhinho.
Como se não bastasse, Mamãe Noel, avisara à Noel, que a Sogra Noel viria para o Natal, outro grande perrengue estressante. Um duende, vindo do estabulo, adentrou a sala de estar de Papai Noel afirmando que duas renas estavam prestes a dar à luz e outras duas haviam pulado a cerca quebrada e fugido para a floresta. E o estresse do velhinho aumentando.
Quando Noel começou a encher o trenó com os sacos de brinquedos, um dos sacos enroscou na ponta do trenó, rasgando-o e espalhando os brinquedos pelo chão. Ao tentar abaixar-se para pegar alguns brinquedos, Papai Noel escutou um estalo em sua coluna e uma enorme dor correu por suas costas enferrujadas pelo tempo. Frustrado, Papai Noel voltou para dentro e foi tomar uma xícara de café e um gole de whisky. Na cozinha, o Barbudo descobriu que não havia mais whisky, pois os duendes haviam secado suas garrafas. Desanimado, distraiu-se com a xícara de café, que deixou cair molhando toda sua roupa e espalhando cacos de vidro pelo chão.
Subiu, trocou de roupa, e para completar seu dia, vestiu logo a calça que Mamãe Noel havia esquecido de costurar o fundo, deixando à mostra sua cueca samba canção de bolinhas vermelhinhas. Voltando à cozinha, afinal de contas, "o que era um peidinho para quem já estava todo cagado, não é mesmo?" - voltando à cozinha procurou a vassoura para limpar a bagunça, mas não havia vassoura, apenas um velho rodo. Mesmo assim, com o rodo, Noel limpou os cacos do chão.
A ponto de explodir de raiva, Papai Noel ouviu a campainha tocar. Puto nas cuecas, Papai Noel se arrastou até a porta de entrada da casa. A campainha não parava de tocar quando o velhinho meteu a canela na quina da mesinha de centro, fazendo-o soltar um enorme urro de "Buta gueus bariu!!!" - como diria o Sr. Zafir, da vendinha de 1,99 - deixando o velhinho tão irritado que já soltava fumaça pelas ventas. Abrindo a porta, o velhinho se deparou com um anjinho carregando uma enorme árvore. Prontamente o anjo perguntou ao velhinho:
- Onde coloco esta árvore, Papai Noel?
E foi assim que o anjo se tornou enfeite no topo da Árvore de Natal.
Texto adaptado por Mood/Ilustração: Mood